Reposta ao governador do DF

Ibaneis, você não precisa prestar contas ao Trump.

Precisa prestar contas ao povo do Distrito Federal.

Sua carta foi quase um pedido de desculpas constrangedor a um presidente estrangeiro que atacou a capital do Brasil com mentiras. Ao invés de defender Brasília, o senhor preferiu a subserviência e a bajulação.

O papel de um governador é defender sua cidade e sua gente, não servir de porta-voz para líderes estrangeiros que atacam o Brasil. O senhor deveria proteger o DF dos ataques de Trump, da violência urbana e da violência política patrocinada por Bolsonaro — não se alinhar a eles.

O que se espera de um governante que diz amar Brasília e o Brasil é questionar as atitudes de quem ataca a nossa soberania e busca sobretaxar o Brasil.

Brasília merece firmeza, não submissão. Respeito, não bajulação. E acima de tudo, merece um governador que responda ao povo, não a Donald Trump.

Erika Kokay
deputada federal

Despejo de centenas de famílias é suspenso no Entorno

Depois de muita luta dos moradores e moradoras e articulações políticas decisivas, o despejo de centenas de famílias da comunidade Antinha de Baixo foi suspenso por decisão do ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A decisão reconheceu a portaria da Fundação Cultural Palmares, que certificou a autodefinição do território como remanescente de quilombo e foi tomada após reunião da deputada federal Erika Kokay (PT/DF) com o presidente da fundação, João Jorge Rodrigues, e da atuação do Incra, que ingressou no processo como assistente, reforçando a legitimidade da comunidade e o seu direito ao território. Trata-se, portanto, de uma área resguardada por garantias constitucionais.

O mandato da deputada federal Erika Kokay (PT/DF) acompanhou de perto todo esse processo. Além da reunião com a Fundação Palmares, a deputada também participou de audiência no município de Santo Antônio do Descoberto (GO) sobre o tema e de reuniões com o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Paulo Moura Ribeiro, onde esteve acompanhada do deputado estadual Mauro Rubem (PT/GO), e com a superintendente regional do Incra, Claudia Farinha.

“Nós seguiremos acompanhando esta questão para que a justiça seja feita e os direitos possam ser, sempre, assegurados. Queremos que as 36 famílias que tiveram suas casas derrubadas possam ter a indenização do Estado”, afirmou Erika.

A deputada ressaltou também as denúncias que chegaram até ela de supostas ameaças de morte a moradores quilombolas da região por integrante de uma poderosa família envolvida com o poder político e econômico e historicamente associada a práticas de desapropriação forçada, a família Caiado. “Os que acham que em função de seu sobrenome podem, sem documentos e formalidade necessária, se apropriar daquela área que faz parte da vida das pessoas, não podem ser vitoriosos. Continuaremos acompanhando passo a passo e seguiremos na luta pelo direito à moradia, pelo reconhecimento da natureza coletiva e étnica dos territórios, e contra a violência fundiária”, concluiu.

Mauro Rubem denuncia no STJ despejo forçado de 400 famílias em GO: “Parentes do governador Caiado estão por trás dessa maldade”

O caso na Fazenda Antinha de Baixo, em Santo Antônio do Descoberto (GO), escancara a violência fundiária no Brasil e simboliza a persistência da grilagem como prática sistemática de setores da elite rural

Defensor histórico dos direitos humanos, o deputado Mauro Rubem (PT-GO) participa, nesta segunda-feira, 04, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), de uma audiência de urgência com o ministro Paulo Dias de Moura Ribeiro. A reunião, que também conta com a presença da deputada federal Erika Kokay (PT-DF), vice-presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, busca suspender imediatamente o despejo forçado que ameaça cerca de 400 famílias na comunidade de Antinha de Baixo, no município de Santo Antônio do Descoberto (GO).

A ação judicial envolve suspeitas de grilagem de terras, inserção de informações falsas no processo e a atuação direta da família Caiado, historicamente associada a práticas de desapropriação forçada. “É uma situação gravíssima. A família Caiado continua sendo a mesma: grileira e desapropriadora. Agora, de forma ainda mais cruel, ameaça expulsar 400 famílias de um território tradicional, com indícios de falsidade nos documentos e total desrespeito aos direitos humanos”, denunciou Mauro Rubem durante a reunião no STJ.

A área em disputa está no centro de um processo repleto de irregularidades jurídicas e fundiárias, segundo denúncias de parlamentares, entidades de direitos humanos e movimentos sociais. Entre os envolvidos, está o desembargador Breno Boss Caiado — primo do governador Ronaldo Caiado — que já atuou como advogado da própria família no mesmo caso, o que levanta sérias suspeitas de conflito de interesses.

A disputa pela terra remonta a mais de 40 anos, com base em escrituras particulares que não conferem domínio legal, contrariando a legislação vigente à época. Para Mauro Rubem, o caso escancara a violência fundiária no Brasil e simboliza a persistência da grilagem como prática sistemática de setores da elite rural.

Diante da urgência, a comitiva de parlamentares e representantes da sociedade civil também articula medidas junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Fundação Cultural Palmares, destacando o caráter de território tradicional quilombola da comunidade e a flagrante violação de direitos constitucionais.

“Não aceitaremos calados mais um capítulo da violência no campo, ainda mais impulsionado por interesses políticos e familiares. A justiça precisa agir para impedir essa tragédia”, reforçou Mauro Rubem.

Enquanto isso, movimentos populares, organizações de direitos humanos e lideranças do campo e da cidade permanecem mobilizados para assegurar os direitos constitucionais da comunidade. O caso se tornou símbolo da luta contra a grilagem e em defesa do direito à terra, à moradia e à dignidade de centenas de famílias trabalhadoras brasileiras.